Autocuidado em Psicologia é o tema que abordarei hoje, mas antes, vou brevemente contar uma história relacionada ao meu doce preferido e que aparece na foto; a ambrosia.
Memórias de Infância e Ambrosia
Não lembro exatamente quando aconteceu, mas, recordo que era criança e estava na casa da minha avó paterna quando me ofereceram um doce que eu não conhecia. Até então, tudo o que entendi é que era um doce de leite que eu achava “raladinho”. Ao longo dos anos, comentei com a minha mãe a memória que eu tinha e ela me ajudou a identificar, era ambrosia – e é incrível como mãe consegue entender a gente, não? – Com o passar do tempo, ela também passou a comprar o doce (industrializado) para que eu comesse. Não me recordo se voltei a comer na casa da minha avó, mas, lembro bem que a minha mãe também passou a fazer o doce. Confesso que após a morte da minha mãe, perdi um pouco da vontade de comer ambrosia, e até esqueci que gostava… Mas, recentemente me deu vontade e eu pesquisei uma receita. Neste meio tempo, conversei com uma tia e ela contou que quem fazia ambrosia era a minha avó (que também já descansou). História revisitada e receita escolhida, cozinhei! Achei fácil o processo e até acredito que o doce que eu fiz ligou legal.
Reflexão sobre o Autocuidado
História contada, pontuo que eu não quero me apresentar como exemplo de algo, mas sim, partir de uma vivência particular para falar um pouco sobre autocuidado.
A Autonomia e o Cuidado de Si
Quando criança, nossos cuidadores – mães, pais, avós, tias e tios, entre outros – sãos os responsáveis por nos apresentar o mundo e explicar como ele funciona, além de escolherem como satisfazer as nossas necessidades, interpretando o que sentimos, percebemos e desejamos.
Com o passar do tempo, de maneira geral, crescemos e conquistamos autonomia, passando a assumir a responsabilidade pela maneira como conduzimos nossa vida. Contudo, na clínica, muitas vezes encontro pessoas que possuem dificuldades com essa questão — cuidar de si, e isso costuma me levar a uma outra reflexão, relacionada à história que contei.
Encontrando tempo para o que nos faz bem
Talvez o exemplo do doce soe simples demais, mas entendo que ajuda a ilustrar a discussão: naquele momento, busquei aprender a fazer algo que eu gostava e tinha um sentido dentro da minha história… Agora, no dia-a-dia, entre um compromisso e outro, você já pensou sobre o quanto tempo dedica às coisas que fazem sentido para você?
Ou então, como se ocupa daquilo que nutre a sua existência? Por exemplo, se você aprecia cozinhar, que espaço este hábito ocupa no seu cotidiano? E se prefere música, dança ou esportes, consegue usufruir do que gosta?
Veja, é necessário considerar o contexto de cada um, e eu não pretendo falar sobre o que depende (ou não) apenas de você. Mas, retomo a questão: dentro das suas possibilidades, como você tem cuidado daquilo que te faz bem? Para além das obrigações, há espaço para o que te faz sorrir espontaneamente em sua vida?
Autocuidado em Psicologia: além do básico
Entendo que o autocuidado não se esgota em utilizar filtro solar, dormir bem ou seguir uma alimentação saudável; mas sim, também está presente no ato de ponderar sobre como ocupamos a nossa vida e buscar cultivar experiências que satisfaçam.
Neste momento, desejo que você descubra qual é o seu doce preferido e que encontre uma forma de desfrutá-lo.
PS: Sim, na colagem eu usei um trecho da música “Comida” dos Titãs.
Fábio Batista (CRP06/116425) é psicólogo clínico e professor universitário.
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